Os 3 principais problemas nos revestimentos de fachadas

As fachadas são um dos elementos essenciais à proteção das nossas casas. Para além da função estética, os revestimentos de fachadas exercem um papel importante na vida útil dos edifícios, tais como a proteção contra o frio e calor.

Infelizmente, o aparecimento de problemas com as nossas fachadas, parece ser cada vez mais comum.

Para ajudar o leitor a identificar os primeiros sinais de problemas na sua fachada, vamos identificar as três patologias mais comuns, assim como, apontar formas de as resolver. Deixamos um pouco a pintura de lado porque é o de mais fácil identificação e resolução.

1. Fissuração

Existem dois tipos de fissuração nas nossas fachadas: A microfissuração e a fissuração, propriamente dita que, pelo nome, adivinha problemas mais sérios nas fachadas.

A microfissuração afeta apenas o revestimento exterior das fachadas, quer seja cerâmico quer seja reboco, tendo apenas um efeito pouco estético. Alguns materiais, como o reboco, dilatam com o calor e contraem com o frio o que provoca rutura de ligações da estrutura molecular dos elementos.

Como reparar – No caso do revestimento cerâmico, proceder à sua substituição. Se estivermos perante reboco deverá ser reparado e pintado, se for o caso.

A fissuração ou rachadelas são o problema mais preocupante em relação às fachadas, pois podem revelar defeitos estruturais, e causam normalmente diversas patologias para o interior das nossas habitações. Por vezes afetam as armaduras do betão, e são as causas de condensações e infiltrações que aparecem nas paredes e tetos.

De certa forma, esses defeitos são a forma das fachadas falarem connosco: “eu não estou bem, existe alguma coisa de errado comigo, socorro, ajudem-me!”.

Ou seja, não é um problema cuja solução se deva procrastinar, é uma situação urgente que precisa ser resolvida o quanto antes, por uma empresa especializada.

Como reparar – Se as armaduras estiverem à vista devem ser tratadas com produtos específicos. Deverá ser efetuada uma avaliação e tratamento de consolidação/estabilização de fissuração estrutural e de ligação ativas, (consiste em picagem no rebordo marginal (aprox.10cm para cada lado) conforme norma, preenchimento com mástique no fundo das fissuras, com fornecimento e aplicação de argamassas compostas não retrateis, armada com tela com tratamento antialcalino de aprox.165grm./m2.

2. Destacamento do revestimento cerâmico

Ou seja, quando os azulejos começam a cair.

Os edifícios com alguma idade sofrem muito desta patologia. Se começarem a olhar para as fachadas dos V/ vizinhos vão verificar que algumas já se encontram sem revestimento em alguns locais, e outras com várias tonalidades de azulejo, o que indica que já foram substituídos, uma vez que a cor nunca é igual.

Como reparar – Apresentamos duas soluções

Reparações Pontuais – É a solução mais económica, mas acarreta os seus riscos.

Quando uma fachada começa a ter este tipo de patologias, é provável que mais tarde ou mais cedo a mesma situação se repita, noutra área da fachada.

No entanto, e de modo a precaver ao máximo esta situação preconizamos uma revisão completa da fachada. Ou seja, toda a fachada deve ter revista ao toque de modo a que todo o revestimento que se encontre fissurado ou não solidário com a base (oco), seja substituído. Alertamos para o facto que, mesmo adotando esta metodologia, nenhuma empresa vai dar garantia dos trabalhos, pois o que está bem hoje, pode não estar em conformidade amanhã.

Reabilitação da fachada – É a solução obviamente mais custosa, mas definitiva.

Antes de tomarem esta decisão devem-se questionar se têm problemas de infiltração ou condensações dentro das V/ habitações. Se for o caso devem optar pela colocação de um sistema de isolamento térmico pelo exterior ETICS, vulgo capoto. Se estas situações não se verificarem, podem optar pela substituição do revestimento cerâmico, ou a colocação de reboco armado, devidamente pintado.

3. Eflorescências

Ou seja, babados.

Muitos materiais de construção existentes no mercado possuem na sua constituição química sais solúveis em água. Estes sais sob a ação da água são dissolvidos e migram juntamente com   a mesma até à superfície, onde se cristalizam. Este processo de dissolução/cristalização gera um aumento de volume nos sais provocando assim a deterioração da superfície onde está depositado. Quando esta cristalização se dá no interior da superfície, o fenómeno é denominado de cripto florescência. Quando se dá no ambiente exterior, é chamado de eflorescência.

Como reparar – Não temo boas notícias.

Se apenas pretenderem verem-se livres dos efeitos estéticos desagradáveis, podem aplicar produtos existentes no mercado para o efeito.

No entanto, se ela aparece é porque existe água na fachada e importa saber a sua origem, pois vai causar, num curto período de tempo, problemas para as habitações que protege.

Deve ser efetuado um relatório técnico de patologias adquiridas, por empresa especializada, por forma a se averiguar a sua origem. Normalmente passa pela reabilitação completa das fachadas, com produtos específicos, por forma a debelar esta patologia.